quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Notícia O Jogo

A anca do Roberto resolveu problema

Para começar, de amigável o jogo de ontem à tarde no Estádio do Mar teve muito pouco, de tal forma o empenho das duas equipas se manifestou, e, num ápice, os exageros de virilidade surgiram, primeiro numa entrada de Delson, depois com uma cotovelada de Elvis, tudo com o beneplácito de um árbitro que depressa passou a protagonista pela passividade demonstrada. O jogo seguiu e foi preciso esperar 35 minutos para ver o perigo rondar a baliza, no caso a local, numa fuga rara de Chidi, culminada com um remate que Berger desviou para o poste. Era o 4x2x3x1 do Rio Ave a sobrepor-se ao 4x3x3 do Leixões, incapaz de fazer as transições ofensivas, o que fazia supor que os golos, a surgir, seriam por mero acaso. Aos 40 minutos, um canto de Zé Manel que Paiva aliviou para perto acabou com nova assistência para a área, e a anca de Roberto fez o resto. Do intervalo, os vila-condenses trouxeram onze caras novas e um novo sistema (4x3x3), dando mais velocidade e interesse ao jogo, optando José Mota por alterações mais espaçadas e sem alterar o modelo de jogo. Na fase mais rica da partida, as equipas equivaleram-se no futebol positivo, e, depois de Roberto ter acertado na barra, foi Niquinha, por duas vezes, a colocar à prova os reflexos de Berger, sendo mais tarde imitado por Jorge Humberto, que levou o guardião austríaco a defender no limite para evitar o empate. Mais audaz na fase final da partida, os vila-condenses mostraram capacidade anímica para discutir os jogos até ao fim e alguma capacidade para se transformar ao longo do jogo, ao passo que o Leixões continua na travessia do deserto que é fazer, de tantas caras novas, uma equipa.

Chalana não perde uma e voltou a espiar Rio Ave

Presenciado por muito público, o jogo despertou fortes emoções entre os cerca de três mil adeptos leixonenses presentes no Estádio do Mar, num final de tarde que teve mais de emoção que de bom futebol, o que é compreensível atendendo à fase preparatória da temporada. Mas se José Mota e João Eusébio estiveram atentos ao que se passou em campo, na bancada dois outros olhares técnicos seguiram atentamente o que decorreu em durante os 90 minutos: os de Fernando Chalana, em trabalho de observação para o Benfica, que voltou a ver o Rio Ave, adversário na primeira jornada da Liga Sagres, e Manuel Machado, que trocou o estágio do Nacional em Quiaios para ver a equipa (Leixões) que vai defrontar na ronda inicial da Liga.

Os treinadores

"O Leixões foi uma equipa objectiva - não tão bem organizada na primeira parte - num jogo equilibrado. Na segunda parte, tivemos o sinal mais, além de que fomos quem mais posse de bola teve, e mais e melhores situações de golo. A equipa assimilou bem" José Mota, treinador do Leixões

"Já tenho uma ideia do que quero destes jogadores. Na primeira parte, houve mais circulação de bola, e na segunda metade a equipa foi mais objectiva e as transições foram mais rápidas. O equilíbrio estará em juntar essas duas realidades" João Eusébio, treinador do Rio Ave

Ficha de Jogo:

Leixões 1 Rio Ave 0

Estádio do Mar | Matosinhos

Árbitro | José Silva [AF Porto]

Leixões Berger; Vasco Fernandes, Elvis, Nuno Silva e Diogo Luís; Bruno China, Chumbinho e Castanheira; Zé Manel, Roberto e Diogo Valente

Jogaram ainda: Sandro, Jorge Gonçalves, Hugo Morais, Marques e Pedro Cervantes T José Mota

Rio Ave Paiva; Wires, Gaspar, Fábio Faria e Sílvio; Delson e Tarantini; Semedo, Livramento e André Carvalhas; Chidi

Jogaram ainda: Mora, Rogério Matias, Evandro, Niquinha, Miguel Lopes, Vítor Gomes, Henrique, Mateus, André Vilas Boas, Bruno Mendes e Jorge Humberto T João Eusébio

Ao intervalo 1-0 Marcadores Roberto 40'

Cartões Nada a assinalar

texto JORGE FONSECA - http://www.ojogo.pt/24-168/artigo738579.asp

Como jogaram os novos do Rio Ave

Wires O brasileiro esteve melhor a defender do que a atacar.

Sílvio Seguro a fechar o lado esquerdo da defesa.

Tarantini O médio-ofensivo foi novidade a segundo trinco.

Semedo Opção para jogar na direita do meio-terreno.

Livramento Foi o criativo para servir Chidi.

André Carvalhas O extremo-esquerdo continua à procura de entrosamento.

Rogério Matias Trouxe uma vida nova ao lado esquerdo da defesa vila-condense.

Jorge Humberto O defesa-central deixou fugir Roberto no lance da bola ao poste.

Vítor Gomes Habituado a jogar como trinco, foi médio-direito depois do intervalo.

http://www.ojogo.pt/24-168/artigo738581.asp

Notícia Record

Roberto sem querer
DUAS EQUIPAS COM MUITAS INSUFICIÊNCIAS

O golo que Roberto apontou sem querer, com... o fundo das costas, na sequência de um pontapé de canto apontado por Castanheira ao primeiro poste, deu a expressão final a um jogo-treino sem cor e no qual tanto Leixões como Rio Ave voltaram a demonstrar várias insuficiências nos processos de jogo.
O estilo amorfo do futebol ofensivo da formação de José Mota, dada a falta de iniciativa colectiva ou rasgo individual, raramente chegou para criar dificuldades a um Rio Ave com mais funcionalismos de organização e circulação de bola, mas também sem acutilância ou discernimento para surpreender.
A remodelação total que o técnico João Eusébio realizou ao intervalo, em contraste com uma única substituição no Leixões, trouxe mais alma ao amigável graças a um futebol objectivo e, essencialmente, aos espaços que a ambição de querer chegar à igualdade proporcionou.
Ao contrário do sucedido no Torneio Internacional Cidade de Braga, desta vez a coesão defensiva leixonense foi eficaz a suster o ímpeto de um adversário teimoso, mas sem imaginação. No capítulo da resposta, a falta de velocidade patenteada pelo Leixões nas transições definhou toda e qualquer possibilidade de ampliar a magra vantagem.
Mais informação na edição impressa de Record
Autor: PEDRO MALACÓ Data: Quinta-feira, 7 Agosto de 2008 - 01:14 - http://www.record.pt/noticia.asp?id=798152&idCanal=21