Romário da Quinta de Alvalade sonhou que marcava ao Benfica
Quando o técnico do Rio Ave, divulgou a convocatória para o jogo com o Benfica e Semedo viu que estava entre os eleitos, o primeiro pensamento que lhe ocorreu, em jeito de introspecção, foi só um: vou marcar um golo. Guardou-o como um segredo precioso e só na intimidade do lar foi capaz de partilhá-lo com a companheira. E ela, vendo aquele brilho nos olhos, terá sorrido, em sinal de cumplicidade, ficando à espera, frente à televisivo, que ele o concretizasse, para depois retribuir.
Quando chegou a casa, depois de uma retemperadora massagem que se seguiu à substituição ocorrida aos 72 minutos, Semedo foi surpreendido. "Desculpe, mas não posso dizer qual foi a surpresa que ela preparou para mim...", retorquiu.
O golo marcado a Quim aos 56 minutos e que colocou o Rio Ave em vantagem foi apenas mais um capítulo na história da carreira desde filho de emigrantes caboverdianos nascido no Lumiar. Só que, desta feita, em écrã verdadeiramente gigante, pois agora já não passam despercebidos como sucedia quando envergada a camisola do Odivelas, onde alcançou a notoriedade e obteve os golos (18 na época passada) que foram o "passaporte" para o convite do Rio Ave e a porta aberta rumo à I Liga, o seu grande sonho desde a adolescência.
De estatura pequena e veloz a desmarcar-se, o Romário da Quinta de Alvalade sempre teve apetência pelos golos. "Para mim é fácil arranjar uma boa colocação na área para ser rápido a atirar ao golo...", confessa, tentando dizer que não sabe explicar como adquiriu essa particularidade. Se a época anterior não lhe corresse bem no Odivelas, ia pendurar as chuteiras. Para, quase de certeza, emigrar, talvez trabalhar nas obras em França, como o irmão Luís. Ganhou o futebol e Semedo respira felicidade!
Terceiro da sua geração a vingar na I Liga
A trajectória futebolística de Semedo começou bem cedo, na Quinta de Alvalade, ali mesmo ao lado do estádio, onde ele e outros miúdos da sua idade trocavam, quantas vezes, a escola pelos jogos de futebol. O pai (carpinteiro) e a mãe (empregada doméstica) saíam de casa bem cedo para trabalhar e os três filhos ficavam, muitas vezes, entregues aos cuidados da vizinhança. "Embora os meus pais vivessem com as dificuldades próprias de uma família humilde de Cabo Verde que veio para Portugal em busca de vida melhor, nunca nos faltou nada, mesmo que às vezes tirassem da boca para dar aos filhos", lembra.
Treinou nas camadas jovens do Sporting, clube onde nunca vingou, devido à sua rebeldia, e só encarreirou quando o irmão do meio, Luís (hoje emigrante em França, onde trabalha na construção civil), o passou a "controlar" e lhe fez ver que deveria levar o futebol a sério. Aliás, Semedo quase não fala da sua passagem pelo clube de Alvalade. Seguiu o irmão para o Amoreiras FC, no Bairro da Serafina, até ser indicado por Paulo Leitão, técnico do Sporting, ao Futebol Benfica. Aí recebeu "educação futebolística" e atinou de uma vez por todas, até ser convidado por Daúto Faquirá a ingressar no recém-promovido Odivelas (II B), em 2002/03. Da sua geração de futebolistas, apenas Vítor Moreno (Amadora) e Dady (Osasuna) conseguiram vingar e atingir a I Liga, concretizando o sonho alimentado desde as camadas jovens. Daí que tanto antes como depois do jogo com o Benfica, tenha recebido diversos SMS, desses (e muitos outros) amigos e colegas de profissão, de incentivo e de felicitações.
texto ADALBERTO RAMOS - http://www.ojogo.pt/24-187/artigo742608.asp
Avançado Chidi será opção para a terceira jornada
Vencida a questão com os romenos do Timisoara, o avançado nigeriano Chidi volta a entrar nas cogitações de João Eusébio, devendo ser opção para a terceira jornada da Liga Sagres, resolvida a burocracia inerente à inscrição. É provável que o futebolista se venha a vincular com um contrato válido por mais de duas épocas. Entretanto, a equipa vila-condense regressa esta tarde aos treinos.
http://www.ojogo.pt/24-187/artigo742610.asp
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