quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Notícias O Jogo - em atraso

A figura do Rio Ave - GASPAR
A velhice como cartão de visita
Aos 33 anos de idade, Gaspar é o próprio a assegurar que está para lavar e durar, sobretudo por continuar a viver cada jogo como se fosse o primeiro e o último da carreira, ou seja, sente a motivação de um miúdo e deixa a pele dentro do relvado por amar o que faz. Os registos na Liga maior do futebol português dispensam grandes considerações quanto ao valor do defesa-central, com uma passagem também pelo futebol francês. Prepara-se para cumprir a 11ª campanha entre os maiorais e, na última época, ajudou o Rio Ave a regressar à divisão principal. A experiência é o cartão de visita de Gaspar, um central forte e particularmente à vontade no jogo aéreo, graças ao seu 1,90 m de altura. No que toca à rendibilização dos centímetros na área adversária, o defesa reencontrou-se com os golos a época passada - marcou quatro - mas no Gil Vicente chegou a apontar cinco num campeonato, o que não deixa de ser um registo notável para quem tem por primeira tarefa defender a sua baliza. Por amar o futebol, seguramente que adversários como o Benfica ainda mexem com os nervos e fazem subir a ansiedade, mas não vacila na hora da luta.
texto AP - http://www.ojogo.pt/24-185/artigo742207.asp

Espírito jovem em corpo são
Apesar do novo visual - cabelo pintado de loiro -, Gaspar dispensa apresentações para quem acompanha com assiduidade o fenómeno futebolístico. Contabiliza 218 jogos no escalão principal à entrada da 11ª época, após se ter eclipsado na pretérita temporada para trazer o Rio Ave de volta aos principais palcos nacionais. Valeu, seguramente, a pena. O defesa-central continua também a "amar" aquilo que faz diariamente. "Enquanto tiver saúde e encarar o próximo jogo com o sentimento de que é o primeiro e o último, continuarei a jogar", assegura, fortalecendo a ideia comum de que velhos são apenas os trapos.
Pese embora toda a experiência acumulada e os galões que lhe são devidos pela longa caminhada e serviços prestados, com uma passagem pelo futebol francês, Gaspar não perdeu, todavia, a humildade que distingue os campeões e, nesse contexto, não assume a titularidade no onze de João Eusébio, tendo como referência o jogo de logo à noite. "Espero jogar, como esperam todos os meus colegas. Apesar das indicações ao longo da semana, é o treinador que escolhe, que tem a última palavra, e certezas não as há no futebol."
http://www.ojogo.pt/24-185/artigo742209.asp

Esconder o jogo
Com a desculpa de que esta manhã ainda ministra ligeiro treino - só para os eleitos? -, João Eusébio não divulgou ontem, após o treino matinal, a convocatória, escondendo do adversário as escolhas para o pontapé de saída da Liga Sagres. Os vila-condenses optaram, também, por não realizar estágio, ou seja, após o treino desta manhã almoçam juntos e ficam concentrados até à hora do jogo.
Casa cheia
A presença do Benfica, aliada às férias de Agosto de muitos emigrantes que não dispensam a passagem por Portugal, vão proporcionar ao Rio Ave uma receita choruda, logo no começo das hostilidades. Apesar do elevado preço dos bilhetes, já restavam poucos ontem e a fatia obrigatória reservada para hoje deve esgotar num abrir e fechar de olhos. O Estádio dos Arcos vai voltar a ser ponto de confluência.
http://www.ojogo.pt/24-185/artigo742210.asp

Fábio Faria descansa após susto no treino
O defesa Fábio Faria, jovem esperança da equipa, terá de aguardar por nova oportunidade, após ter sofrido um traumatismo craniano num treino. Bruno Novo e Pedro Coentrão são as outras baixas.
http://www.ojogo.pt/24-185/artigo742211.asp

Armadilha no jardim de Flores - 25-8-2008
Os jogadores executaram na perfeição aquilo que João Eusébio tinha desenhado no quadro do balneário. O treinador do Rio Ave colocou a sua equipa num 4x1x4x1 que baralhou por completo o Benfica, fechando-lhe as linhas de passe no meio-campo, complicando os avanços dos laterais e anulando por completo Aimar o que, por consequência, fez com que Cardozo fosse presa fácil para os centrais contrários.
A estratégia montada por João Eusébio pode denominar-se perfeitamente como a arte de bem encaixar. À frente do quarteto defensivo, que chegava e sobrava para um perdido e inconsequente Cardozo, o treinador vila-condense colocou um "disponível" e concentrado André Vilas Boas para evitar toda e qualquer acção do municiador Aimar. Mas esta foi a parte final de um plano que começava um pouco mais à frente. Quatro médios que preenchiam toda a largura do terreno - Carlos Martins tinha direito à sombra de Evandro e Urreta não tinha espaço para desenvolver as suas arrancadas -, evitavam não só a referida acção do extremo e do médio, como obrigavam Yebda a ter que despachar rápido a bola do seu raio de acção. Se estas eram as principais consequências do 4x1x4x1, outras não podem ser esquecidas. Maxi Pereira e Léo não dispunham de espaço para as suas arrancadas de trás para a frente. Por último, Rúben Amorim transformou-se numa espécie de peça solta, sem rumo, perdido na confusão do futebol encarnado.
Simultaneamente, porque o objectivo não era apenas emperrar e ficar na expectativa, Semedo tinha a complicada tarefa de abrir espaços para as acções ofensivas da sua equipa, mas também evitar que os centrais benfiquistas, especialmente Katsouranis, pudessem sair com a bola controlada e criar qualquer tipo de vantagem no sector intermédio.
Desde o primeiro momento se viu que a máquina de Quique Flores ficava quase à mercê do motor Carlos Martins. Mas também isso jogou a favor do técnico da formação vilacondense. O motor encarnado foi "atropelado" pelo seu companheiro Yebda, aos 14', ficou muito debilitado e aos 28' abandonou o terreno.
O Benfica não tinha espaço, não tinha linhas de passe, não conseguia o apoio dos centrais e sofria para conseguir desenvencilhar-se da teia. Ou melhor, não se limitava a sofrer, uma vez que nem tempo tinha para isso. Quique Flores leu bem o problema. Colocou em campo Nuno Gomes, passou Aimar para a esquerda e obrigou a equipa da casa a estender-se e, como tal, a abrir espaços. Mas tudo se podia ter complicado novamente quando Semedo colocou o Rio Ave na posição de vencedor. Valeu-lhe que o empate surgiu um minuto depois, situação que causou alguma mossa na equipa vila-condense e permitiu, finalmente, que o Benfica começasse a respirar melhor. Só que já era tarde.
Rio Ave 1-1 Benfica
Estádio do Rio Ave FC
relvado bom
10.000 espectadores
Árbitro Carlos Xistra (AF Castelo Branco)
Assistentes Celso Pereira e Paulo Soares
4º árbitro Nuno Roque
Rio Ave
Treinador João Eusébio
51 Paiva GR 5
7 Miguel Lopes LD 5
2 Gaspar DC 6
20 Bruno Mendes DC 5
25 Sílvio LE 4
14 André Vilas Boas MD 6
6 Delson MO 6
83 Tarantini MO a 82' 6
4 Evandro MO 6
8 Livramento MO a 90'+2 6
18 Semedo AV a 72' 7
-
74 Mora GR
78 Jorge Humberto DC
5 Niquinha MD d 82' 3
27 Wires MD
19 André Carvalhas AE d 90'+2' -
11 Henrique AV
31 Ronaldo AV d 72' 3
Golo
[1-0] 56' Semedo
amarelos 45'+3' Miguel Lopes; 69' Tarantini
vermelhos Nada a assinalar
Benfica
Treinador Quique Flores
12 Quim GR 6
14 Maxi Pereira LD 5
4 Luisão DC 5
8 Katsouranis DC 5
5 Léo LE 5
6 Yebda MD 7
24 Carlos Martins MO a 28' 4
15 Rúben Amorim AD a INT 4
16 Urreta AE a 70' 6
10 Aimar AV 5
9 Cardozo AV 5
-
1 Moreira GR
27 Sidnei DC
18 Binya MD
13 Fellipe Bastos MO d 28' 4
11 Balboa AD d 70' 5
19 Makukula AV
21 Nuno Gomes AV d INT 7
Golo
[1-1] 57' Nuno Gomes
amarelos 49' Fellipe Bastos; 79' Luisão
vermelhos Nada a assinalar
texto RUI GOMES http://www.ojogo.pt/24-186/artigo742428.asp

O Rio Ave um a um
Quase todos como Semedo e André Vilas Boas
MELO ROSA
Paiva 5
Com responsabilidades no golo de Nuno Gomes - não tirou a bola do alcance do avançado -, até ao intervalo tinha feito uma grande defesa a desviar um remate de Léo e viu uma bola cabeceada por Yebda bater na barra.
Miguel Lopes 5
Um remate ao lado antes dos primeiros dez minutos e mais trabalho defensivo na segunda parte.
Gaspar 6
Exemplar na forma como se fez aos lances e como anulou jogo do adversário.
Bruno Mendes 5
Apesar da avalancha ofensiva do Benfica, em especial depois do golo do empate, não cometeu grandes erros.
Sílvio 4
Sem dificuldades, até ao intervalo, com a passagem de Urreta, na segunda parte, para o seu lado, permitiu que o uruguaio fizesse o cruzamento que resultou no golo.
André Vilas Boas 6
Na primeira parte "apagou" a estrela do Benfica e na segunda fartou-se de destruir e construir.
Delson 6
Muita força e muita convicção. O médio brasileiro esteve em grande contra um "grande".
Tarantini 6
Desinibiu-se depois dos primeiros 30 minutos e, na segunda parte, fez um remate fabuloso a que Quim respondeu com uma defesa fenomenal.
Livramento 6
Com pulmão e inteligência, fez passes, aberturas e marcou o canto que resultou no golo do Rio Ave.
Evandro 6
Muito melhor na segunda parte. Entre outros momentos relevantes, antes de Semedo marcar o golo, cabeceou para uma grande defesa de Quim.
Semedo 7
Um golo para a história. Foi só empurrar após defesa de Quim, mas estava no sítio certo. O ex-jogador do Odivelas esteve fantástico: pelas oportunidades criadas e pelo muito trabalho que deu a Luisão e companhia.
Ronaldo 3
Substituiu Semedo e não fez mais do que deixar alerta os defesas do Benfica.
Niquinha 3
Entrou para ajudar a segurar o jogo ofensivo do Benfica.
André Carvalhas -
Dois minutos em campo.
http://www.ojogo.pt/24-186/artigo742434.asp

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