segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Record - 4-11-2013

Sp. Braga-Rio Ave, 0-1: Cabeça atarantada sem sorte nem juízo
TEIA DE VILA DO CONDE PRENDE GUERREIROS A SÉRIE NEGRA DE DESAIRES
Segunda-Feira, 4 novembro de 2013 | 01:10
Autor: VÍTOR PINTO
Fotos: AMÂNDIA QUEIRÓS


O Sp. Braga entrou oficialmente em crise e perdeu a escassa margem de manobra que ainda lhe restava junto dos adeptos. O cenário de uma 4.ª derrota consecutiva para o campeonato – após os despistes contra Sporting, Nacional e Académica – era impensável mas... aconteceu.

Consulte o direto do encontro.

António Salvador já foi ao balneário pedir responsabilidades, as claques já invadiram um treino, os pesos-pesados do balneário já prometeram vezes sem conta uma resposta à altura dos pergaminhos. Mesmo assim, o futebol praticado é confrangedor, o ataque inoperante, a defesa treme e nem a qualidade individual, teoricamente superior à da maioria dos oponentes, altera a balança.

O Rio Ave nem precisou de elevar o nível de jogo para satisfazer o seu vício de somar bons resultados fora de casa (10 pontos esta época). Nuno Espírito Santo montou uma teia verde que, de forma organizada e confortável, se foi divertindo com laivos de masoquismo perante o desespero crescente dos minhotos à medida que o tempo se esgotava sem que o golo surgisse. Essa injeção de confiança foi a pólvora que deu força ao tremendo remate de Tarantini que virou literalmente a mesa. Novamente a correr atrás do prejuízo (em 6 jogos oficiais no Axa o Sp. Braga só marcou primeiro frente ao Belenenses), a sensação de filme repetido agravou o nervosismo geral.

Com a cabeça atarantada, os Guerreiros atacaram, sim, mas sem sombra de juízo. Uma vez mais se confirmou a regra de que, quando a pressão aperta, o cérebro pára, a equipa persiste no erro e não sabe como desorganizar os adversários. As lacunas são evidentes e foram destapadas por quatro derrotas consecutivas (nas três últimas os arsenalistas ficaram em branco). Desgastado por decisões inevitáveis, mas que não produzem efeitos, o professor atirou avançados para cima do problema e terminou o encontro com um quarteto composto por Pardo, Hugo Vieira, Éder e Edinho. Literalmente a tentar o impossível face a um jovem guardião Ederson (rendeu Salin por lesão) que nem sujou a camisola.

Feridas

Esgotado o stock de paninhos quentes, se calhar é altura de começarem a ser colocados dedos nas feridas no Axa, antes que as visitas a Benfica e FC Porto consumem o colapso que se anuncia caso nada mude. Falta química na equipa e não faz sentido que jogadores com estatuto, mas baixo rendimento, recriminem quem falha um passe ao invés de darem o exemplo em nome da coesão do grupo. O Sp. Braga parece afetado por um perigoso vírus que, provavelmente, só será curado através de decisões dolorosas, mas firmes. Falta saber de Jesualdo resiste até à reabertura do mercado...

MELHOR EM CAMPO

Tarantini. O primeiro jogador rio-avista a somar 2 golos na 1.ª Liga esta época. Depois de Alvalade, impôs o talento noutro grande palco

MOMENTO

Aos 72’, Jesualdo meteu a carne toda no assador. Juntou Edinho e Pardo e Éder e Hugo Vieira. Um esforço que não teve efeitos

NÚMERO

332 - minutos é o que o Sp. Braga leva sem marcar desde o tento de Alan ao Sporting


http://www.record.xl.pt/Futebol/Nacional/1a_liga/interior_premium.aspx?content_id=852215

Sem comentários: